Naufrágio da Ruanita
Data de postagem: 16/03/2016 13:21:00
Na primeira viagem de moto relatada aqui no blog (Viagem Ur/Ar) passei pelo vilarejo de Cabo Polonio, no Uruguai:
Na época estava procurando um nome para minha Sportster, e quando bati o olho no batismo desse barco, pensei que tinha achado. Entretanto a viagem, meu estilo de pilotagem e a moto se revelaram incompatíveis, assim, decidi me desfazer da Sportster e guardar o nome para a escolhida. HD FXST 2008, a Ruanita, com a qual terminei de conhecer alguns outros países próximos e percorrer algumas das melhores estradas da América do Sul.
Agora, exatamente 1Mes5Dias para a jornada mais longa, intitulada Moto Expedição Alasca, Ruanita "naufragou".
Estava parada na Praça da Bandeira, próximo a Rua Ceará, berço do motociclismo carioca. Uma chuva fortíssima caiu, e em minutos, o asfalto virou mar:
Diferente do barco La Juanita, a Ruanita não pode flutuar. Quando a água baixou, fui ao seu encontro. A marca na parede revela que o nível da água cobriu seu motor:
Dentre os males, o menor. Não cobriu o tanque, e como paro a moto com pneu traseiro colado no meio-fio, a água não conseguiu tombá-la. Teria apenas que me virar com a água... Motor? Transmissão? Elétrica? Primária? Fluidos? Rolamentos?... Seria caso de PT? Talvez a maioria ache que sim, a admito que cheguei a pensar na hipótese.
Sem poder ligá-la, deixei a moto lá e fui pensar no assunto.
Dia seguinte pela manhã chamei o reboque, e enquanto esperava, fui a rua Ceará. Helmut estava incansavelmente "kickando" sua Velhinha, uma Flathead que a água encobriu o tanque.
E isso é o que um verdadeiro rider faria, não abandonaria seu cavalo. Um verdadeiro biker não abandona sua moto:
(Rua Ceará inundada em 1950 e em 2016 - Riders e Bikers)
Talvez alguns não estejam entendendo a relação entre cavalos e motos. Talvez alguns não entendam porque decidi salvar a Ruanita.
Se eu tiver que explicar, você não entenderia:
Ruanita no estaleiro.