Dia 21: Fortaleza - Jericoacoara
Data de postagem: 10/07/2015 21:27:18
Saindo pela BR-222, que liga a capital do Ceará a cidade de Sobral, temos um bom exemplo de estrada brasileira:
Parece boa, vc desenvolve sua velocidade de cruzeiro, mas de repente aparece uma série de buracos aleatórios e tem que ficar esperto, pois em pista de mão dupla qualquer falta de atenção pode ser fatal.
Desviei em direção a Itapipoca, cidade que escutava o nome mas não sabia onde ficava. Legal, arrumei uma loja de motoba e troquei a lâmpada da luz de posição do farol, que percebi estar queimada:
Com uma chave Philips, desmontei o globo óptico e efetuei a troca:
Acabei concluindo que meu farol baixo também estava queimado. Quando virei em direção a loja para comprar mais essa lâmpada, já tinha fechado. Exatamente as 12:00h a cidade para para almoçar rs
Sem farol, continuei em direção a Jericoacoara, destino do dia. Chegando na entrada da cidade, começou o alvoroço, nego disputando no tapa pra ver quem conseguiria levar mais $ do trouxa aqui. Sim, e isso que vc pensa que é, quando alguem te oferece um frete de quase meio salário mínimo para um deslocamento de 30km. As opções mais em conta eu teria que estacionar a moto, pegar um transfer, e no final dos cálculos sairia quase uma passagem de ônibus entre duas cidades distantes, e minha moto longe dos meus olhares. Não é o caso, o nome disso é exploração dos turistas, e me deixa puto.
Conversando com os motobas, fui coletando as dicas de como chegar lá de moto. Me disseram que era possível. Se é possivel, eu vou tentar. O caminho começa por uma estrada de pedra, em direção a Mangue Seco:
Depois mais alguns kms por uma estrada de chão, com pequenas bolsas de areia, nada grave. Até porque em Aracajú coloquei o pneu de uso misto na dianteira:
A sinalização é inexistente, e confiei na posição do GPS. Fui seguindo as vias que me levariam mais rapidamente em direção a praia, e depois pela praia seguiria a Jericoacoara. Já tinha confirmado que a maré estava baixa, e exatamente por isso o Mangue estava Seco:
Terminando de passar pelo Mangue Seco, começou o parto. Tinha que ultrapassar uma área de parque nacional, com areia fofa. Assim como no litoral norte de Natal, aqui rolaram várias quase-vacas. Talvez os amigos não entendam quando eu digo "quase-vaca" então consegui gravar um exemplo pra vcs:
kkk O video não mostra, mas o recurso utilizado foi o "mata barata", clássico pisão. Se a coisa estava ruim, imagina quando tive que ultrapassar uma pequena duna. Ruanita atolou:
Nem foi necessário descando lateral para deixá-la em pé rs. Logo parou um moto e me ajudou a desatolar. Mais um pouco de "mata barata", consegui milagrosamente acessar a praia:
Agora sim, fui pela areia compactada sem stress até o primeiro acessa de Jeri, onde tive minha última diversão do dia:
Consegui chegar invícto, Ruanita segurou bem e não foi dessa vez que esperimentou o gosto da areia. Deixei o Harlão estacionado ao lado de buggys e 4x4 e parti para a praia, em frente a Duna conhecida como Por do Sol. Devagar os turistas começaram a popular:
Eu fiquei ali embaixo mesmo, apreciando o por do sol:
Enquanto a bola de fogo descia para o mar, deitado ali na areia molhada, e as ondas mornas e mansas atingiam meus pés, lembrei do meu amigo Badá: "Você tem que ser amigo do chão"
Só se for nessas condições... rs