Día 17: Puerto Natales - Punta Arenas

Data de postagem: 30/12/2014 14:06:08

Por sorte conseguimos pernoitar no mesmo hostel que estavamos. Estava lotado, vagando um quarto em cima da hora nos permitindo descansar. Incrivel como a cidade enche de uma hora pra outra.

Carregamos as motos e desistimos de visitar a cova de milodon, nos contentamos com a estátua do animal pré-histórico:

Agora de moto, pegamos a ruta 9, continuamos a percorrer o circuito Baqueanos:

Em poucos kms estávamos na província de Magalhaes, nos equilibrando contra o vento:

Em Torres del Paine o vento tinha diminuido para 40km/h, o que nos fez pensar que os dias seguintes seriam tranquilos. Ledo engano, na ruta del fin del mundo o vento estava cada vez mais forte. Por sorte El Negro é parapentista e compartilhou algumas tecnicas que auxiliam a prever nosso amigo invisível. Saca o cabelo do bonitão, El Colorado:

Assim como o cabelo, o vento penteia também as gramideas do acostamento (veja foto), que e o maior indicativo da direção do vento e da intensidade das suas rajadas. A todo momento pilotavamos atentos a isso, e a algumas estruturas que causam turbulencia ou encerram o vento como por ex guardrail, pontos de onibus e encostas. Essas estruturas podem ser perigosas principalmente em uma curva com vento lateral e uma carreta de 9 eixos vindo na contramão.

Alem da atencao redobrada, pilotar com vento lateral exige algum conhecimento de física, sobretudo vetores de força. Ao fazer uma curva, a força centrípeta atua lateralmente te empurrando para fora da curva. O piloto inclina a moto para o lado oposto (para dentro da curva) compensando essa força com o grau de inclinacao da moto. Quanto mais fechada a curva, mais se inclina a moto, resumidamente.

O vento lateral nada mais é do que a mesma força, mas agora na reta, na curva, e a qualquer momento, variando de intensidade e direção. Imagine-se andando em linha reta com a moto inclinada como se fosse uma grande curva. Aqui e assim a todo tempo. So um grande detalhe, a curva vc negocia com o olhar, observando seu angulo, o vento não, ele e invisível! Sao curvas e mais curvas fechadas "virtuais" que te pegam de surpresa e sao negociadas instantaneamente apenas com o sentimento, a técnica, e claro, observando o penteado das gramideas. Rs

Se o piloto + moto tem dificuldades de fazer curvas fechadas acelerando, vai passar perrengue por aqui. Nao sera raro andar em baixa velocidade e ser jogado fora da pista. Sair pela tangente da curva invisível!

Mais um pouco de experiencia, uma homenagem ao vento:

Uma pra baixo e enrola o cabo!! Chegamos no estreito de Magalhaes:

Pilotamos inclinados ate Punta Arenas, onde acabei me perdendo do El Negro. O vento estava muito forte e não podia desacelerar, andar com motor cheio em torque e muito importante. Continuei em direção ao final do continente Americano. Punta Sant'ana:

Uma estradinha ótima de ripio (espero que todas sejam assim) para o forte Bulnes:

Mais bandeira rasgada, e um passeio guiado pelo local que um dia foi importante para a rota maritima do estreito:

O azul do mapa é o continente, tambem demorei a entender. Sai do forte com muitas histórias em mente e tirei uma foto do Cabo Froward. Agora sim, acabou o continente Americano! Dali para frente, so a famosa Isla grande de Tierra del Fuego:

Cena dos proximos capitulos. Voltei em direção a Punta Arenas, agora tenho que encontrar el negro. Margeando o estreito de Magalhaes acabei encontrando outra pessoa:

Leão Marinho tomando um sol na pedra. E El Negro tomando uma sombra no ponto:

Kkkk El Negro dormindo amarradão no ponto de ônibus, tava me esperando, enquanto o vento diminuia a intensidade. Será que diminuiu:

Agora sim em Punta Arenas, terra dos verdadeiros expedicionários! Aqueles que saiam de barco do velho continente e vinham navegar por essas bandas:

E aqui, enfim, termina a Patagonia:

E começa a Tierra del Fuego:

Mais cerveja Austral para brindar tudo que a Patagonia nos proporcionou:

Muito obrigado! Amanhã e dia da Terra do Fogo!