Día 23: Comodoro Rivadavia - Puerto Madryn

Data de postagem: 12/01/2015 18:29:52

Pernoitamos em Comodoro Rivadavia, a capital Argentina do Petróleo. Chegamos a noite e saímos cedo, e nada temos a dizer além dos hotéis e comida inflacionados.

Enchemos o tanque e percebemos que pagamos um dos maiores preços na gasolina até agora. Em uma cidade que produz petróleo!? O frentista atribui ao fato do imposto da região ser bem alto, e na Terra do Fogo ser subsidiado...

Bora pra estrada, tomar uma chuva de Libélulas:

Um enxame delas, nos acertavam de todos os lados. Algumas morriam na linha do freio, cabo do acelerador, no pedal de marcha e até na roda. O pior mesmo foi a viseira suja e a visão limitada:

Continuamos pela ruta 3 com tempo bom, dispensando a segunda-pele e roupas adicionais:

Acessamos a cidade de Trelew, afim de visitar o museu paleontológico da região. Ao parar as motos na rua, uma policial educada se aproximou, solicitando que parássemos as motos na calçada, em frente a entrada do museu, por questões de segurança:

Uma região com dinheiro, e pobreza. Ao lado do museu, uma área carente:

No primeiro plano da foto, uma árvore seca que poderia passar desapercebida. Trata-se de uma Araucária petrificada, do período Jurássico! Do tempo que a Patagônia era uma grande floresta de Araucárias habitada por grandes animais, com dentes afiados:

Carnívoro? Não, herbívoro. Pelo tamanho da vegetação da época, entende-se. Não só a vegetação, mas fauna e flora eram gigantes. Reclamávamos das pequenas libélulas que comemos hoje na estrada, até descobrir que a pré-histórica tinha 1 metro de comprimento:

Não seria muito legal acertar uma dessas com o capacete.

Patagônia, terra do Titanossauro, o maior já encontrado, e seus "pequenos" amigos:

A maioria achada aqui na província de Chubut. Finalizamos a visita com o documentário mostrando todas as fases, desde a descoberta até a exposição no museu. Uma volta no tempo, onde um rolé pela Patagônia seria mortal:

"Dá o pé, Loro!"

Aproveitamos que já estávamos parados, percorremos a rua principal de Trelew na hora da siesta procurando um restaurante. Cidade deserta, portas fechadas e feno rolando, o máximo que conseguimos foi um fast-food com as luzes apagadas, onde a atendente fez de tudo para levar nosso dinheiro, uma prática muito comum por aqui. Ninguém quer aceitar cartão, todos querem plata para poder sonegar os impostos ao governo. Altos impostos, inflação, sonegação, preocupação com segurança...

Ainda digerindo o hambúrguer, os problemas econômicos e as histórias, voltamos a percorrer as planícies patagônicas imaginando a floresta pré-histórica que ali existia. Milhões de anos depois, aquele material orgânico forma o petróleo que se refina em gasolina para nossas motos.

Ainda vivemos na energia do passado, com um poucos de esperança no futuro:

A pergunta que não cala por toda a viagem: "Porque o governo Argentino não aproveita a energia do vento Patagônico?" Depois de muitos quilômetros, encontramos os primeiros e últimos geradores de energia eólica. Falta de investimento, de planejamento.

No 23º dia de viagem, falando mal do Governo alheio só significa uma coisa: hora de voltar pra casa!

Paramos em Puerto Madryn, o paraíso natural das baleias e leões marinhos. Mas... Esquecemos as câmeras no hotel. Já deu o que tinha que dar...